AMOR EM TEMPOS DE GUERRA NA NOSSA TERRA
As memórias da Batalha de Almoster (18 de Fevereiro de 1834) ficaram na Memória do Vale de Santarém, e passaram de geração em geração. Nos nossos dias, já poucos se lembram de os avós contarem, de os avós falarem das memórias dos antigos, desse dia onde perderam a vida mais de mil homens, na batalha em que as tropas de D. Miguel, comandadas pelo General Lemos, foram derrotadas pelas forças liberais, comandadas pelo General Saldanha, Duque da Terceira.
Este golpe nas forças absolutistas de D. Miguel seria o presságio do desfecho desta guerra fratricida, com a vitória das tropas liberais de D. Pedro na batalha da Asseiceira, concelho de Tomar, a 16 de maio de 1834, ditando o fim do reinado de D. Miguel e a vitória Liberal.
O acordo entre as partes foi confirmado pela assinatura da Convenção de
Évora Monte, dez dias depois.
Os vitoriosos de pelo menos um dos regimentos,
passaram pelo Vale de Santarém, no dia seguinte. Há disso registo de pelo menos
2 casamentos no dia 17 de Maio de 1834, na nossa Igreja, com especial licença de sua Majestade Imperial, o Duque de
Bragança, D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal.
i) António Joaquim de Resende, de origens em Sant’Anna Madeira, soldado do 13 Batalhão da primeira linha casou com Delfina Roza da
Ilha Terceira. Foram padrinhos: Apolinário de Almeida e Silva camarada de armas
e João Paim, cabo desse Batalhão.
ii) António Machado, soldado do mesmo Batalhão casou nesse dia com Rosa Narcisa. Ambos de origem na
ilha de S. Jorge. Foram testemunhas Manoel Joaquim da Silva e Manoel José da
Assunção ambos do mesmo Batalhão.
Poderiam ter esperado e ir casar na terra das
noivas? Sim, mas o amor em tempos de guerra não pode esperar!
2. Registo de um dos casamentos
Ambos os casamentos foram presididos pelo Pároco do “Val” de Santarém, o Padre Manoel Conde, que deu testemunho e, graças a ele, esta página da história da nossa terra chega aos nossos dias.
Arménio Francisca Gomes
Membro dos Corpos Sociais da Associação
Cultural Vale de Santarém-Identidade e Memória,
24 Julho 2022.
Bravo pela pesquisa da historia da nossa Terra !!
ResponderEliminarObrigado pelo comentário.
EliminarLembro que minha avó materna, dizer que o Sangue correu plas valetas
ResponderEliminarÉ que quando as pessoas do Vale fujiram para os Marcos, esconderam as criação dentro de casa e quando regressaram os coelhos, é as galinhas tinham comido as batatas e alguns feijões que foram guardados à pressa,,
Resultado foi a fome ainda maior e quem deixo o pão no forno resultado mais fome, minha avó dizia isto contado por sua Mãe
Obrigado pelo comentário e pelo contributo.
EliminarO Quartel-General das tropas liberais esteve vários meses sediado no "Valle", com vários corpos quer de infantaria, quer de artilharia e cavalaria. Um dos heróis de infantaria teria sido agraciado com título de "Barão do Valle"...
ResponderEliminarEste P. Manoel Conde foi o primeiro que utilizou o nome de "Val (ou Valle) de Santarém" nos registos paroquiais. No entanto os seus sucessores continuaram a usar apenas "Valle".
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