O 1º BARÃO DO VALE DE SANTARÉM
O Barão do Valle
No ano passado tivemos a oportunidade de conhecer a história dos soldados do exército que, com especial licença de sua Majestade Imperial, o Duque de Bragança, D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal, se casaram na Igreja do Vale de Santarém em 1834.
Figura 1 - D. Pedro IV de Portugal |
O 13º Regimento de Infantaria do exército, fiel a D. Pedro, esteve
estacionado no Valle (de Santarém) alguns meses em 1834, onde estava o
Quartel-General. Um dos homens desse regimento, o Coronel Vitorino Serrão,
distinguiu-se pela sua bravura no cerco a Santarém e na defesa da Ponte
d’Asseca e, no final da guerra, foi agraciado com o título de Barão do Valle,
pelos seus méritos.
Continuando a fazer memória da guerra
civil portuguesa no Vale de Santarém, iremos neste artigo partilhar a história
de Vitorino José de Almeida Soares Serrão, o 1º Barão do Valle!
Filho do Major António Marcelino
Soares Serrão e de D. Eufrásia Balbina Rosa Benedita de Almeida, nasceu em
Setúbal em 1788.
Seguindo as pegadas do pai, assentou
praça de voluntário no Regimento de Infantaria de Setúbal (depois n.º 7), no
1.º de agosto de 1800, principiando a fazer serviço em 1804, sendo então
graduado em cadete.
Obteve licença para frequentar os
estudos e matriculou-se no Colégio dos Nobres. Mas, em 1808, não querendo
obedecer ao general Junot, pediu a sua demissão. Porém, apenas o povo português
se levantou contra o domínio dos franceses, tomou as armas em defesa da pátria.
Em janeiro de 1809, foi feito alferes do seu antigo regimento e em março
seguinte promovido a tenente por distinção, por ter sufocado uma insurreição
militar em Tomar e, daí a pouco mais de seis meses, elevado a capitão, posto em
que tomou parte em toda a Guerra Peninsular.
Em dezembro de 1820 foi promovido a
major, e em maio de 1821 a tenente-coronel do 1.º batalhão de infantaria da
Legião Constitucional, com o qual embarcou para a América e, desprezando os
oferecimentos que o governo brasileiro lhe fez para ficar ao serviço do novo
império, depois da proclamação da independência do Brasil voltou a Portugal.
A legião foi então dissolvida em
Setúbal pelo general Póvoas e o tenente-coronel Serrão, depois de estar algum
tempo preso, foi desligado do exército.
Em 1826 tornou para o serviço e em
1828, aderindo à revolta de 16 de maio, que foi desastrosa para os revoltosos. Vitorino Serrão teve de emigrar para Inglaterra com sua mulher e filho, e de lá
para França, sofrendo o desgosto da perda de sua esposa, D. Maria Vitória
Caldas, que faleceu em Brest a 28 de junho do ano de 1829.
De França passou Vitorino Serrão para
a ilha Terceira, e aí tomou parte na campanha da Liberdade, sendo promovido a
coronel graduado, ficando então nos Açores como governador das tropas liberais,
quando veio para Portugal o exército libertador.
Figura 2- Chronica dos Açores de 1833 onde se mencionavam as
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Chamado a Lisboa em 1833, com o batalhão de fuzileiros terceirenses, foi no ano seguinte promovido a coronel efetivo e, nesse mesmo ano de 1834, a brigadeiro. Enquanto ainda Coronel, comandou as tropas estacionadas no Valle de Santarém, em frente da Ponte d’Asseca. A sua liderança na Batalha de Almoster foi elogiada pelo Conde de Saldanha no Jornal Oficial “Chrónica Constitucional de Lisboa” de 24 de Fevereiro do mesmo ano: |
Bravo a todas as pessoas pour o trabalho de Identidade e Memoria da nossa Terra .Uma vez mais Obrigada !!
ResponderEliminarExcelente trabalho, continua Arménio as tuas investigações, a história do Vale de Santarém fica mais rica.
ResponderEliminarLouvo o trabalho de pesquisa. Pena é que nos tempos presentes o Vale não passe de um dormitório para os resistentes. Por cá nada de novo.
ResponderEliminarExcelente trabalho! Obrigada. Teresa Rebelo da Silva
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